quarta-feira, 28 de março de 2007

Não fale nesse homem…

Será que era uma fraqueza ou a lembrança do tempo de infância.

Mas quando ele ouviu que aquele homem viria ao Brasil, ele começou a pensar em tirar umas férias e ir lá.

Puxa, ninguém saberia. Nem mesmo o Pr. Vittor Emanuel…

Mas será que era pecado?

Será que ele perderia a condição de membro da Igreja Metodista Livre de Áurea Batista?

Será que ele seria afastado do convívio pelos irmãos?

Pelo sim, pelo não, Uzé achou melhor ficar quieto e não dizer para ninguém que, se ele não fosse, ao menos tinha um grande desejo de estar lá na basílica de Aparecida quando Bento XVI viesse.

Se você ouvisse o pensamento do Uzé, o que diria?

E o que mais poderia ser?

Estava demais!

Pelo menos essa era a opinião de D. Nobuko que no seu mal falado português clamava por Justiça. Primeiro foi aquele menino chamado João Hélio. Depois uma bala perdida alcançou a menina Alana. E sem falar no que está acontecendo dia a dia…
Alguém disso: Esse tipo de pessoa tem que matar!

E Uzé ouviu a concordância de outros irmãos que estavam reunidos tomando café.

Gabriela, que agora estudava Direito, tentou dizer que isso não adiantava, que mais tempo de pena não iria resolver…
D. Fumiko disse: Bom, gente, o negócio é orar, orar e orar…

Enquanto Uzé ponderava, ele ouviu:
Gente, o negócio aqui só vai piorar até a volta de Jesus. O que a gente tem que se preocupara é com nós mesmos. Ainda bem que isso não aconteceu com a gente e Deus está nos protegendo…

Uzé bem que quis, mas ele achou que ficaria mais feliz se ficasse em silêncio do que soltasse aquele grito:
“Será que vocês também não estão cansados de ver tanta desgraça? Será que a gente não pode sugerir alguma coisa, como Igreja, para essa tal de violência?”